O recrudescer da violência contra a mulher no mundo teve uma progressão aritmeticamente falando muito grande nas últimas décadas, e a desenfreada pancadaria é mais um item na lista do panorama vexatório, que deveríamos desaplaudir e banir do raio da visão social e, no mínimo, plasmar uma nova conduta de respeito na vida a dois.
Nos últimos tempos, temos visto os inúmeros casos, do aumento da violência contra a mulher, e o agente agressor não é nem um estranho, nem um desconhecido, mas sim seu próprio marido ou cônjuge, que diante do desgaste da crise conjugal, não aceita a ruptura da relação protagonizada pela esposa.
O homem, por sua vez, não aceita perder seu objeto de poder e de desejo de forma que não seja bom e confortável pro seu Ego, ele não consegue enfrentar o sentimento fundamental da espécie humana: a “frustração de ser deixado, preterido pela esposa, porque para ele, depois dessa resolução da mulher, é inaceitável a separação, há um misto de orgulho exacerbado, possessividade, ciúme, baixa auto-estima, efeito cumulativo, quando a situação descamba e lhe parece irremediável.
Ao procurar seus direitos para se defender das agressões por ele sofridas, a mulher mesmo estando no extremo de si mesma tenta ser o mais maleável possível, frustrada pelo medo de represália chega a negar todas as acusações sofridas diante da lei, agressões estas que ambos co-constroem em seu dia a dia, agressões que começa na base infantil da relação, e forma um espiral de violência incontrolável culminando nas via de fato.
Com o êxodo do maior pilar de sustentação de uma relação chamado respeito, vão perdendo o controle da realidade e dando linha na manunteção do egoísmo, passam a ser cada um em seu mundo, e aqui vamos dividir o conjunto de responsabilidades entre eles, porque tudo isso começa com a licencialidade do casal.
Ele recorre a tudo que tem direito com pseudo-intuito pacificador, para ter a família de volta, para conter a situação por um período de tempo, tenta jogar uma cortina de fumaça justamente no objetivo principal que é esconder a violência da sociedade.
Quando isso não ocorre, ele recorre à vingança pela ideia de rejeição, quando suas tentativas de recompor o vínculo tornam igualmente frustradas, e o resultado, que vemos quando os jornais do meio dia midiatizam de forma frustrante os rostos quebrados, as costas marcadas pela cega covardia masculina, que suprime e oprime o chamado sexo frágil, não percebendo que esta mesma mulher é o nosso esteio maior na relação, nossa segurança na vida, que tanto ensina o mundo masculino a ter a sensibilidade, a enxergar a apercebilidade das coisas que são.
Diante da separação, que representa um verdadeiro colapso em toda a estrutura psicoemocional, o desarranjo mental torna-se ainda maior, encorajando o sujeito a ter atitudes extremas como matar e matar-se; na tentativa de ter a resultabilidade da situação.
Isso vem se arrastando desde que nossa história começou a ser escrita, sem nunca acharmos o caminho da solução, porque são fatos que estão invisibilizados dentro dos lares, que são desescondidos quando culmina com essa violência gratuita permitida pelos casais.
É de transcendental importância estender nosso olhar sobre essa realidade, que é mais um câncer brotando todo dia nos lares pelo excesso do consumo de álcool, drogas, traições etc; e tudo isso na frente das crianças que darão perpetuidade nessa falha conduta, porque “conduta de pais é exemplo de filhos” diz um ditado popular antigo nessa história que não tem nunca um feliz como é que acaba.
Autor: Max Ferraz