Rondonópolis virou um caos total nos horários de pico. A cidade cresceu consideravelmente nos últimos vinte anos e o poder público não se atentou ao crescimento populacional de veículos, são tantos carros e motos que a cidade parece mais a Meca da venda automobilística e campeã de consórcios do país. O fácil acesso a aquisição desses bens de capital talvez seja o maior agravante da questão congestionamento de trânsito, existem poucas avenidas de escoamento nos horários mais críticos e a população vive o terror da hora do rush.
Estou falando da mobilidade urbana, assunto que orbita nas grandes capitais e em Rondonópolis não é diferente, é uma necessidade premente criar vias alternativas, rotas de fuga entre um vértice e outro para desafogar esse gargalo criado pelo chamado progresso capitalista, que não mede as consequências para crescer e se efetivar enquanto indústrias produtoras no crescimento do país.
Concordo, tem que crescer mais crescer com bom planejamento urbano, com planejamentos a longo tempo de acordo com o crescimento das cidades não como está: uma anomia total, parecendo um velho oeste onde o povo fazia sua própria lei e ditava o funcionamento social, é de pasmar, precisa urgentemente encontrar formas no sentido de resolução do problema, em fazer cumprir os rigores da lei. Fico perplexo quando dirijo pelas ruas dessa cidade, são motos pela direita, moto pela esquerda, uma sangria desatada para chegar a seus destinos passando por cima de leis, sinais, transeuntes, ninguém para na faixa de pedestres, enfim um formigueiro ambulante. Parece-me que é um automóvel por pessoa, tem que haver uma mudança nessa erônea prática de postura.
Em outras palavras, ter mobilidade é conseguir se locomover com facilidade de casa para o trabalho, do trabalho para o lazer e para qualquer outro lugar onde o cidadão tenha vontade ou necessidade de estar, independentemente do tipo de veículo utilizado. O conceito não deve ser confundido com o direito de ir e vir preconizado pela Constituição. Ter mobilidade urbana é pegar o ônibus com a garantia de que se chegará ao local e no horário desejado, salvo em caso de acidentes, por exemplo. É ter alternativas para deixar o carro na garagem e ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou com o transporte coletivo. É dispor de ciclovias e também de calçadas que garantam acessibilidade aos deficientes físicos e visuais. E, até mesmo, utilizar o automóvel particular quando lhe convier e não ficar preso nos engarrafamentos.
Autor: Max Ferraz
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