Traduzir-me, definir-me seria impor-me condicionantes limites, e minha força desconhece o fim da linha, sou um bicho selvagem metafísico e transcendental com sentimentos, apaixono-me rápido por coisas sinceras e reais, não gosto de jogar sujo, respinga, sou metade de um anjo e a outra se perde na escuridão, Meu porto seguro não é a linda casa que sonhei, mas sim onde repousa minha fé e morram meus sapatos, não me diga os rumos da vida deixe eu me encontrar, orgulho-me do calo nas mãos honestas, o destino com a força do meu braço sou eu quem traço. Adoro pintar a vida com as cores que emanam do imaginário, para enfrentar o calor do dia e a frieza da noite, e você nem me peça para crescer, ser um adulto e matar a criança que reside em mim, porque ela é meu lado sensível que decide o que é melhor, para entender essa lógica precisa ter a pureza de toda uma inocente infância. Ah! Quer saber, não quero inovar nem arrumar, preciso somente restaurar-me, restaurando encontro com as origens primitivas do meu eu, reinvento, renasço, remoço, me acho. O auto-resgate proporciona tocar onde razão nenhuma toca em mim, estacionar jamais, porque se eu parar todos os ócios corroer-me-ão em tempos átimos, por isso eu tenho essa pressa de viver, não tenho ânsia por chegar, não gosto de saborear o amargo caviar da decepção, aquilo que mais neguei foi o que mais desejei, todo silêncio que me prende agride aquilo que sou, sou um juiz inquisidor desaprovando a covardia daqueles que não seguem em frente, é detestável abjurar as promessas e aceitar a acomodação, muito pior ainda é aceitar lamber o osso do fácil conforto sem o devido sal que sai do suor, disso eu me envergonho. E assim sem definir-me, defino-me.
Autor: Max Ferraz
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