Uma pergunta recorrente no rotor da nossa imaginação, como diz a banda “Legião Urbana é ”, o que sou, o que quero ser quando crescer? Vivemos e talvez morremos nos fazendo essa pergunta que na realidade é uma pergunta de encruzilhada, quando se trata da mutabilidade humana e suas repentinas mudanças, quando se trata dos vários quereres que há em nós, que trafegam de um extremo a outro num piscar de olhos, e que nos dá apenas um décimo de segundo para tomar a decisão correta que mudará o resto do futuro.
Nós, dentro da nossa complexidade, especificamente somos seres indecisos por natureza, uma vez que temos dentro do processo de vida desde o nascimento até a morte fincado na indecisão. Começa com a opinião dos pais, o pai quer filho, a mãe quer filha e quem determina ninguém sabe, só finda quando a decisão fica a cargo da preponderante concepção genética e do espermatozóide vencedor, que nos torna homem ou mulher. Depois somos criados sob a regência da batuta de nossos pais que nos passam o que entende por bom e que é bom pra eles, dizendo não a tudo que a gente faz. Mas um belo dia a criança cresce e precisa desintoxicar a mente dos medos das histórias infantis contadas pelos pais, dar um choque novo no comportamento da mesmice, sair de casa e cortar de vez o cordão umbilical que unira a prole, sair pra ver o que há lá fora naquele horizonte azul sem dimensão.
Depois de um tempo fica flagrantemente claro que a decisão não é de ninguém mais, que nós mesmos, jovens com estoques de utopias tentando ser o adulto assertivo e propositivo a qualquer custo, se auto-realizando para o conforto dos olhos dos pais, como se fosse um principio imutável, uma regra áurea, que tem que ser cumprida a contra pêlo da nossa vontade. Olha é de transcendental importância que o jovem tenha sua opinião na escolha do que quer ser, por se tratar daquilo que será uma decisão pra vida inteira, na condição de único responsável, ele precisa lançar mão da escolha de ser o adulto que quer ser quando crescer.
Autor: Max Ferrazúnico
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