O amor é um verbo em ação, algo nunca ociosamente estático. Sempre em rotação ele é dinâmico, está continuamente requerendo e exigindo de nós a ação, como nos exemplo fazer com amor, se faltar amor não dá para viver, fazer as coisas sem afinidades é fazer sem amor. Apesar de ser abstrato e caminhar lado a lado com o ódio o amor é um verbo que materializa fácil, talvez pela multiplicidade de sentidos dentro da perspectiva relacional, e por ser apanágio sistemático do comportamento humano.
Vivemos em um mundo tomado pela ganância e o egoísmo, por isso muito raramente relacionamos com o amor. No decorrer da vida normal a pessoa relaciona com esse sentimento de forma passional uma, duas, três veses no máximo, mas o amor está lá dentro em alguma medida pronto para ser usado em outras formas de amar.Hoje o mundo está evoluindo com uma rapidez avassaladora e globalizada, dentro dessa lógica pouco dá para conviver com o amor. Para relacionar com ele é preciso tempo e dedicação, é preciso que saiamos de dentro do nosso ângulo de visão para compreendê-lo, para interagir aos seus caprichos, dentro de sua unicidade e amplitude ele tem uma característica preponderante particularmente egoísta e gerenciador de tudo.
O amor carnal a quem os gregos denominam de Eros, que é o amor do desejo genitalizado, da sexualidade que pode ser tocado, é um tipo de amor masoquista, relaciona muito bem com o sofrimento da alma, se aproveita da fragilidade do outro para auferir lucros próprios, ele se doa esperando colher resultados, ou melhor, o retorno daquilo que ele oferece como empréstimo ao outro, e quando isso não acontece na mesma intensidade, o amor enlouquece e torna-se uma espécie de agiota daquilo que ele emprestou diferente dos outros tipos de amor, que se doam para melhorar a convivência, explorando diferentes áreas das completudes humanas, como altruísmo, abnegação, bondade, amizade, doação, compaixão, sem receber nada em troca, somente pela satisfação de ver o crescimento do semelhante.
Dentre os vários tipos de amor classificados pela mitologia grega temos: amor philos, amor storge, amor ágape, amor platônico, amor dilectio, amor charitas, que tem valores não carnais equivalentes, que falam e defendem outras lógicas também importantes na convivência simbiótica e efetivamente fazem parte dos prazeres terrenos ligados a nossa condição e costumes. Mas, impressionantemente o amor EROS é o tipo de sentimento que o relacionar humano mais faz questão de utilizar.
Autor: Max Ferraz
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